Antes que um remédio chegue às farmácias vários testes são feitos em animais e em condições controladas em laboratórios para que seu uso seja então administrado com segurança. Os testes evitam que efeitos colaterais sejam um problema maior que a própria doença e também ajudam a que o processo de elaboração das drogas estejam sob controle científico. Até que o teste chegue à etapa de verificação de seus efeitos em pessoas são vários anos de elaboração intensiva e desenvolvimento de pesquisa e adaptações pra que haja uma justificativa cientificamente razoável sobre como o remédio funciona, pra quê seja usado e os limiares de toxicidade, afinal a diferença entre remédio e veneno muitas vezes é a quantidade.
Afinal, se tem uma fórmula química com um fim específico, com efeitos sabidos e calculados conforme a necessidade específica que um tratamento exija pra que uma doença tenha seus efeitos diminuídos até que acabe, com controle rigoroso mesmo depois da elaboração final do medicamento, na dieta e nas recomendações do médico pra que o organismo da pessoa em tratamento esteja conforme o previsto para o que fora planejado desde quando o remédio saiu da fase final de testes. Além disso, são feitos controles de evolução de tratamentos e efeitos colaterais imprevistos voltam a fazer parte da elaboração dos medicamentos, pra que tenham mais eficiência e menos danos.
A questão principal em relação à legalização de drogas ilícitas é o vício. De fato, o problema das drogas não é a droga, mas o vício: as drogas são legalizadas, basta ver que uma farmácia tem muitas delas e dizer isso não é cinismo. Se o crack não viciasse bastaria o conhecimento de que faça mal e só os suicidas iriam esperar morrer pelos seus efeitos delirantes.
Mas a Penicilina foi usada durante tempos sem que se soubesse como funcionava, assim como raios-x portáteis também sem que se soubesse que pudessem causar câncer..
As drogas da psique catalisam a condição do humor da pessoa que as usa. Quando um antibiótico é receitado, por exemplo, seus efeitos podem ser medidos por indicadores objetivos como febre e outros exames de laboratório. Em resumo, os efeitos das drogas lícitas para tratamento de doenças são conhecidos e estão disponíveis para o comércio porque causam praticamente efeitos muito parecidos em qualquer pessoa pelos objetivos aos quais foram designadas.
O âmbito da ação de um antibiótico é matar bactérias e reduzir infecções. É quantitativamente e qualitativamente objetivo. O âmbito das drogas é a imaginação humana, sutilíssima.
